domingo, 24 de abril de 2016

JOAQUIM BRANCO [18.504]


JOAQUIM BRANCO  

Nacido en Cataguases (Minas Gerais, Brasil), en 1940, el poeta Joaquim Branco heredó de sus compañeros de la revista modernista verde, a finales de los años 20, el gusto por la experimentación y la literatura de vanguardia. Es autor de libros de poesía, ensayo y ficción. Académico cataguasense. 

1960 - 1966 - Graduação em Direito:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, Rio de Janeiro, Brasil.
1972 - 1975 - Graduação em LetrasFaculdades Integradas de Cataguases, FIC, Minas Gerais, Brasil.
1998 - 2001 - Mestrado em Literatura Brasileira
Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora - CES, Minas Gerais, Brasil.
Título: O MOVIMENTO VERDE: A poesia vanguardista de Cataguases na década de 1920. Ano de obtenção: 2005. Orientadora: Thereza da Conceição Apparecida Domingues.
2003 - Doutorado em Letras (em andamento)

Bibliografia:   Concreções da fala Poemas. Cataguases:Edição do autor, 1969;
Consumito Poemas. Belo Horizonte: Edição da Impresa Oficial de Minas Gerais, 1975;
Laser para lazer Poemas. Cataguases: Edições Totem, 1984; Marginais do Pomba
Contos (org.). Cataguases: Fundação Cultural Francisco Inácio Peixoto, 1985;  
500 anos do descobrimento da América Texto e pintura (erm parceria com D´Paula).
Cataguases: Edição Hidroazul, 1993; O caça-palavras Poemas. Cataguases: Fundação Cultural Ormeo J. Botelho, 1997; Do pré ao pós-moderno Manual de literatura.
Cataguases: Proler/Cataguases, 1998; Ascânio, o poeta da Verde (org.). Cataguases:
Edições Totem, 1998, além de livros de crítica, literatura infantil, etc. Ver também poemas visuais em:
Página do autor: www.joaquimbranco.cjb.net/




Joaquim Branco  
Concreções da Fala
Cataguases, MG: Edição do Autor,1969.   s.p.


Primeiro livro de Joaquim Branco, desde Cataguases, Minas Gerais, terra de vanguardas no cinema e na literatura, na arte e na arquitetura,  serviu também para uma espécie de "manifesto":

alguns poemas anteriores + gráficos para o consumo.
gráficos: fim da arte poética linear/alfabética, utilização da
palavra apenas quando requerida.
humor, poema/trabalho contra poesia/flores,
signos não-verbais. trabalho + revisão.
por uma linguagem universal contra a barreira das línguas.
contra o bom-mocismo das letras, pelo vigor tropical e pelo
sexo. pela ciência poética.


Um dos poemas do livro:  

Consumo  1968




Joaquim Branco
CONSUMITO
Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1975

"(...) No Poema/Processo, a partir de 1968, Joaquim Branco encontraria  — a partir de pesquisas gráficas e visuais — um porto seguro para a fixação de sua poeticidade.  / Uma poeticidade viva, explosiva, que, com o passar dos anos, seria marcada pela limpeza dos signos: a construção de um painel crítico relacionado com o nosso tempo e o nosso mundo".  MOACY CIRNE 




LASER PARA LAZER
(Poemas experimentais)
Rio de Janeiro: Edições Totem, 1984.

"O que fascina em Joaquim Branco é exatamente isso: a capacidade de navegar nos sete mares, nos setestrelos, e singrar absoluto. O poeta orienta a constelação de signos, linossignos, collages, portemanteaux que irão formar o poema em processo, o poema en train de se faire".  RONALDO WERNECK, 1975 




JOAQUIM BRANCO é sobretudo conhecido por sua participação em movimentos de poesia de vanguarda, a exemplo desta peça que circulou no auge da ARTE POSTAL – MAIL ARTE no Brasil, nas década de 80 do século passado. Doação da peça acima feita por PACO CAC ao acervo da POESIA IBEROAMERICANA. 





BRANCO, Joaquim.  Jogo de palavras.  Cataguases, MG: FUNCEC, 2008.   59 p.  ilus. col.  15x15 cm. Poemas discursivos e visuais.  Ex. autografado.  Col. A.M.  (ES)





BRANCO, Joaquim.  TOTEM e as vanguardas poéticas dos anos 1960/70.   Cataguases, MG: FUNCOC – Fundação Comunitária Educacional de Cataguases, 2013.   166 p.  15x21 cm.  Capa: Fernando Abritta.   Reimpressão da edição de 2009.  Texto a partir de uma tese de doutoramento defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em fase já madura do autor que verteu sua experiência de criador e estudioso das nossas vanguardas no campo da poesia experimental .Destaque para o poema concreto, o poema-processo e a arte postal Ex. autografado.   Col. A.M.  (EA)



POEMA-PROCESSO DE JOAQUIM BRANCO
EM EXPOSIÇÃO NA UFMT

exposição no museu da UFMT durante o seminário Poéticas de vanguarda em Cuiabá realizado em homenagem a Wlademir Dias-Pino na Universidade Federal de Mato Grosso, de 9 a 11 de setembro de 2015.



POEMAS DE JOAQUIM BRANCO:

TIGER

“Corre a tarde em minh'alma e conjecturo
que o tigre vocativo do meu verso
é um tigre de símbolos e sombras (...)"
     Jorge Luis Borges, O outro tigre (in O fazedor)


Theda Bara me olha
com olhos de quem
mata, e diz:

Desata-me.

Decifrado, o olhar
que espreitara antes
agora fuzila firme
e em cheio
contra o vidro
de um pesadelo.

(Só Borges enfrentara
o tigre antes.)

Felina, garras e boca
em perfeita dentição
são arremessos para lá
de ameaçadores
mesmo sob uma irretocada
e espessa vigília.

  

GREGÓRIO DE MATOS
GUERRA & POESIA

Gregório de mato guerra & poesia
Gregório marco zero da poesia brasileira
Grego  rio abaixo mero gozador
Gregor herança basca maior da colônia
Gregório de baixo calão e alta escala
Gregoriano barba e bigode, bode, espingarda
Gregongório bravo que nem o diabo pode.



CHAMPOLEÔNICA

a esfinge é clara
a esfinge escarra
                        na cara do mundo

se és finge ser
es fin gida estátua de mar
                                     fim

inócua matéria decifrada
em pedra erguida
               sobre terra
                          empedernida

são cães canções tuas
(sol solidões solidormidas)
enigfácil mudimundo

serenesfinge pedraberta
dez anos a fio

desafio
o silêncio exausto de teus blocos
mais hirtos que maciços

A Equação da Insolvência
Morre na Solvência da Inequação

que morta não te decifrem
que morta cifrei-te e te decifro
pela fibra em cifra
que vibra ainda víbora-virgem

ser esfinge claresfinge esculpida
consiste em fingir sercreta
quando não há mais clara e rara coisa
que a efígie que te deserta.

(1967)


ESTAÇÃO DO TEMPO

Onde uma viagem começa
uma outra termina
e essa que mal inicia
faz daquela sua medida.

A estação no espaço
de viajantes solitários
perdida como perdidos
estão da medida em que se veem,
sem céu, sem sol, sem ar,
como se estivessem num tempo
apenas de sol, de ar, de céu.

Os passageiros que ficaram
conversavam na estratosfera
de um assunto sem tempo,
e esperam ir
sem jamais se aventurar
pela estrada que está vazia.

Resta o silêncio dos trilhos
de vagos sonâmbulos
a transportar pedras
que vão e voltam, e eles
inutilmente cheios.



FASES  DO SOL

                  Ponte sobre o pomba
                                   sol sobre a ponte
pomba sob a ponte
                                           ponte sob o sol
           pomba sol poente
      ponte sol nascente


HORAS LÍQUIDAS

O que são horas diluídas?
São horas que se poetizaram no espaço
e apenas marcaram momentos fluidos?

Por quem foram vividas
e onde se perderam
para se depositar líquidas
em relógios borrados de páginas
de tempo?

Memória? Vento? Razão?
Quem então soube dessas horas
diluídas em esparsas gotas
geridas na memória
perdidas em frestas
nas desoras e vãos da história?

Um texto-hora grava frações
eternas que entristecem auroras
ou alegram umbrais
para deixar na hora-texto
apenas um sopro de vento,
um movimento para o ponteiro
dos segundos cravar no último minuto
do mundo.


REFUGIADOS / REFUGEES

De frio e fome
cobertos apenas pela chuva
eles morrem às dezenas,
vindos do país do nada
para o nada caminhando.

Contra altas cercas do tempo, este
lhes prepara armadilhas de neve
para que não cheguem
nunca a parte alguma.

Com o ônus da miséria
e da guerra, nem a ONU
lhes concede a graça
de um teto seguro,
mesmo um duro abrigo.

São exércitos sem armas,
esfomeados do século da bastança
que não tiveram paz em seus países
e que não têm mais nem ânsia
de ver as cercas farpadas que
lhes perpassam os corpos.

Caminham em paralelas
para o infinito ou para a morte
sobre os trilhos que os libertem
da difícil batalha contra a sorte.

E esperam pacientemente receber
o que lhes devemos
em decência
simplesmente
em troca da inocência.






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