lunes, 13 de julio de 2015

ALMEIDA GARRETT [16.556] Poeta de Portugal


Almeida Garrett

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, escritor romántico portugués y político liberal y masón (Oporto, 4 de febrero de 1799 – Lisboa, 9 de diciembre de 1854).

Hijo de António Bernardo da Silva Garrett y Ana Augusta de Almeida Leitão, el escritor pasó parte de su infancia en Portugal, pero tuvo que huir a las Azores (Angra do Heroísmo) cuando las tropas napoleónicas invadieron Portugal. En 1818 se trasladó a Coimbra, dónde se matriculó en Derecho. Aún en 1821 publicó O Retrato de Venus, una obra que le costó un proceso por ser considerado "materialista, ateo e inmoral".

Participó en la revolución liberal de 1820, y tuvo que partir para el exilio en 1823, después de la Vilafrancada. Antes se había casado con Luísa Midosi, de apenas 14 años. Fue en Inglaterra dónde tomó contacto con el movimiento romántico. Siguió se trasladó a Francia, donde escribió Camões (1825) y Dona Branca (1826). En 1826 fue amnistiado y regresa a Portugal con los últimos emigrados, pero tendrá que abandonar el país nuevamente en 1828 con el regreso del rey absolutista Miguel I. Aquel año acababa de perder una hija recién nacida. En Inglaterra de nuevo, publica Adozinda (1828) y Catão (1828).

Almeida Garrett, junto con Alexandre Herculano y Joaquim António de Aguiar, toma parte en el Desembarque del Mindelo. A su regreso a Portugal, Garret podrá dedicarse a la actividad literaria con más calma por el resto de sus días. Después de separarse de Luisa en 1835 (que lo había traicionado en Bruselas), pasó a vivir con Adelaide Pastor hasta la muerte de esta en 1841.

Publicó su famosa pieza teatral, Frei Luís de Sousa, en 1843 y su obra cumbre, Viajes por mi tierra, en 1846. Este libro combina varios géneros y lenguajes (clásico y popular, oral del narrador) que remiten al viaje sentimental de Laurence Sterne; se mezclan en él el estilo de los viajeros (el que hizo el autor de Lisboa a Santarém) y la invención novelesca con los personajes de Carlos, Frei Dinis y Joaninha de gran vitalidad. Se le considera el punto de arranque de la moderna prosa portuguesa y referencias ineludible de ella.

Murió en 1854 víctima del cáncer. Su estatua está en pleno centro de Oporto, en el inicio de la calle de su nombre.

Obras

1819 - Lucrécia
1820 - O Roubo das Sabinas (poema escrito en su juventud)
1820 - Mérope (teatro)
1821 - O Retrato de Venus (poesía)
1821 - Catão (teatro)
1825 - Camões (poesía)
1826 - Dona Branca (poesía)
1828 - Adozinda (poesía)
1829 - Lírica de João Mínimo (poesía)
1829 - O tratado "Da Educação"
1830 - Portugal na Balança da Europa
1838 - Um Auto de Gil Vicente (teatro) (A Auto de Gil Vicente)
1842 - O Alfageme de Santarém (teatro)
1843 - Romanceiro e Cancionero Geral, tomo 1
1843 - Frei Luís da Sousa (teatro)
1845 - Flores sem Fruto (poesía)
1845 - O Arco de Santa Ana I (ficción)
1846 - Falar Verdade un Mentir (teatro)
1846 - Viagens na Minha Terra (ficción) I
1846 - D. Filipa de Vilhena (teatro)
1848 - As profecias do Bandarra; Um Noivado no Dafundo;
1848 - Um Noivado no Dafundo
1848 - A sobrinha do Marquês (teatro)
1849 - Memorias Históricas de José Xavier Mouzinho da Silveira
1850 - O Arco de Santa Ana II (ficción)
1851 - Romanceiro e Cancionero Geral, tomo 2 e 3
1853 - Folhas Caídas (poesía)
1854? - Helena (ficción)
18? - Tio Simplício (teatro)
18? - Afonso de Albuquerque
1871 - Discursos e Memorias Biográficas Parlamentares
Traducciones[editar]
Fra Luís de Sousa, Diputación de Barcelona, 1997 ISBN 978-84-7794-508-6
Viajes por mi tierra , Pre-Textos, 2004 ISBN 978-84-8191-575-4;y Krk, 2007, ISBN 978-84-8367-029-3



No te amo 

No te amo, te deseo: el amor viene del alma.
Y yo en el alma – tengo la calma,
La calma – de la tumba.
¡Ah! No te amo, no.

No te amo, te deseo: el amor es vida.
Y vida - ni sentida
La llevo conmigo.
¡Ah, no te amo, no!

¡Ah! No te amo, no; y sólo te deseo
De un deseo de tan brutal y intenso 
Que devora mi sangre,
Pero no llega al corazón.

No te amo. Eres bella; y no te amo bella.
Quién ama la estrella siniestra
Que le brilla en la hora terrible
¿De su perdición?

Y te deseo, y no te amo, lo que es forzado,
De malo hechizo conjurado
Esta furia despreciable.
¡Pero ah! No te amo, no.

Y despreciable soy, porque te deseo; y tanto
Que de mí tengo miedo,
De ti miedo y terror...
¡Pero amor!... No te amo, no.

© By AnaIsabel


Não te amo

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma --- tenho a calma,
A calma --- do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida --- nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai! não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.




Seus Olhos

Seus olhos --- se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou ---
Não tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! --- e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, num só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.




 DESTINO

Quem disse à estrela o caminho
Que ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como é que a ave aprendeu?
Quem diz à planta --- <<Floresce!>> ---
E ao mudo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?

Ensinou alguém à abelha
Que no prado anda a zumbir
Se à flor branca ou à vermelha
O seu mel há-de ir pedir?

Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem...
Ai! não mo disse ninguém.
Como a abelha corre ao prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.



Gozo e dor

Se estou contente, querida,
Com esta imensa ternura
De que me enche o teu amor?
Não. Ai não; falta-me a vida;
Sucumbe-me a alma à ventura:
O excesso de gozo é dor.

Dói-me alma, sim; e a tristeza
Vaga, inerte e sem motivo,
No coração me poisou.
Absorto em tua beleza,
Não sei se morro ou se vivo,
Porque a vida me parou.

É que não há ser bastante
Para este gozar sem fim
Que me inunda o coração.
Tremo dele, e delirante
Sinto que se exaure em mim
Ou a vida ou a razão.




Cascais

                       Acaba ali a terra  
                       Nos derradeiros rochedos,  
                       A deserta árida serra  
                       Por entre os negros penedos  
                       Só deixa viver mesquinho  
                       Triste pinheiro maninho. 
                       E os ventos despregados  
                       Sopram rijos na rama,  
                       E os céus turvos, anuviados,  
                       Tudo ali era braveza  
                       De selvagem natureza. 

                       Aí, na quebra do monte,  
                       Entre uns juncos mal medrados,  
                       Seco o rio, seca a fonte,  
                       Ervas e matos queimados,  
                       Aí nessa bruta serra,  
                       Aí foi um céu na terra. 

                       Ali sós no mundo, sós,  
                       Santo Deus! Como vivemos!  
                       Como éramos tudo nós  
                       E de nada mais soubemos!  
                       Como nos folgava a vida  
                       De tudo o mais esquecida! 

                       Que longos beijos sem fim,  
                       Que falar dos olhos mudo!  
                       Como ela vivia em mim.  
                       Como eu tinha nela tudo,  
                       Minha alma em sua razão,  
                       Meu sangue em seu coração! 

                       Os anjos aqueles dias  
                       Contaram na eternidade:  
                       Que essas horas fugidias.  
                       Séculos na intensidade,  
                       Por milénios marca Deus  
                       Quando as dá aos que são seus. 

                       Ai! sim foi a tragos largos,  
                       Longos, fundos, que a bebi  
                       Do prazer a taça: – amargos  
                       Depois... depois os senti  
                       Os travos que ela deixou...  
                       Mas como eu ninguém gozou. 

                       Ninguém: que é preciso amar  
                       Como eu amei – ser amado  
                       Como eu fui; dar, e tomar  
                       Do outro ser a quem se há dado,  
                       Toda a razão, toda a vida  
                       Que em nós se anula perdida. 

                       Ai, ai! que pesados anos  
                       Tardios depois vieram!  
                       Oh, que fatais desenganos,  
                       Ramo a ramo a desfizeram  
                       A minha choça na serra,  
                       Lá onde se acaba a terra! 

                       Se o visse... não quero vê-lo  
                       Aquele sítio encantado;  
                       Claro estou não conhecê-lo,  
                       Tão outro estará mudado.  
                       Mudado como eu, como ela,  
                       Que a vejo sem conhecê-la! 

                       Inda ali acaba a terra,  
                       Mas já o céu não começa;  
                       Que aquela visão da serra  
                       Sumiu-se na treva espessa,  
                       E deixou nua a bruteza  
                       Dessa agreste natureza.  



Víbora

Como a víbora gerado,  
No coração se formou  
Este amor amaldiçoado  
Que à nascença o espedaçou.  
   
Para ele nascer morri;  
E em meu cadáver nutrido,  
Foi a vida que eu perdi  
A vida que tem vivido.





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