jueves, 10 de octubre de 2013

PAULA PADILHA [10.675]



Paula Padilha

Paula Padilha, Brasil, es carioca. Publicó en 2001 el libro de poemas olhar descalço (Editora da Palabra) y en 2007 tempo inteiro (Editora Bem-Te-Vi). Ha publicado poemas en periódicos y revistas literarias. Es master en filosofía y actualmente cursa el doctorado en filosofía en la Universidad Federal de Río de Janeiro.



transición permitida

si aún tuviera chispa
en mi mirada distante
algo quedó por decir
en esta brea de noticias

la última palabra
permaneció intacta
en el cielo de la memoria
a la espera de la química
que transforme el callejón

avenida






ese oficio del verso

entre la primera palabra
y la insustituible
una avenida intermediaria

esbozo efímero
por donde escojo enveredar
mi desaliño

Traducción: Joan Navarro








transição permitida
  
se ainda houver faísca
em meu olhar distante
algo ficou por dizer
neste breu de notícias

a última palavra
permaneceu intacta
no céu da memória
à espera da química
que transforme o beco

avenida





esse ofício do verso

entre a primeira palavra
e a insubstituível
uma avenida intermediária

rascunho impermanente
por onde escolho enveredar
meu desalinho


Paula Padilha é carioca. Publicou em 2001 o livro de poemas olhar descalço (Editora da Palavra) e em 2007 tempo inteiro (Editora Bem-Te-Vi). Tem poemas publicados em jornais e revistas literárias. É mestre em filosofia e atualmente cursa o doutorado em filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro.





transició permesa

si encara tingués agudesa
en la meua mirada distant
alguna cosa quedà per dir
en aquesta brea de notícies

l’última paraula
romangué intacta
al cel de la memòria
a l’espera de la química
que transforme el carreró

avinguda






aqueix ofici del vers

entre la primera paraula
i la insubstituïble
una avinguda intermediària

esborrany efímer
per on escull encaminar
el meu malendreç


Paula Padilha és carioca. Publicà el 2001 el llibre de poemes olhar descalço (Editora da Palabra) i el 2007 tempo inteiro (Editora Bem-Te-Vi). Ha publicat poemes en periòdics i revistes literàries. És master en filosofia i actualment cursa el doctorat en filosofia a la Universitat Federal de Rio de Janeiro.

Traducció: Joan Navarro







transition permise

s’il y a encore une étincelle
dans mon regard distant
quelque chose reste à dire
dans ce noir de nouvelles
le dernier mot
est demeuré intact
au ciel de la mémoire
en attendant la chimie
qui transforme l’impasse
avenue

Traduction: Paula Glenadel





cet office du vers

entre le premier mot
et l’irremplaçable
une avenue intermédiaire

esquisse impermanent
par où je choisi de suivre
mon négligence


Paula Padilha est née a Rio de Janeiro. Elle a publié les livres de poèmes tempo inteiro (Editora da Palavra) en 2001 et olhar descalço (Editora Bem-Te-Vi) en 2007. Elle a des poèmes publiés en journaux et magazines spécialisés. Maître en Philosophie, actuellement elle fait son doctorat en Philosophie à l’Universidade Federal do Rio de Janeiro.


Traduction: Paula Padilha





permitted transition

if there’s still a spark left
in my gaze so aloof
something unspoken remained
in this pitch dark of news breaks

the final word well spoken
remains as such intact
in memory’s heaven
as it awaits for chemistry
that transforms the alley

avenue





this office of verse

between the first word
and the irreplaceable one
an avenue lies intermediate

fleeting, inconstant draft
through which I choose to tail down
my raveling


Paula Padilha was born in Rio de Janeiro. She has published, in 2001, the book of poems olhar descalço (Editora da Palavra) and in 2007 tempo inteiro (Editora Bem-Te-Vi). She has poems published in literary journals and magazines. She has a Master’s Degree in Philosophy and is currently working on her Doctorate at Rio de Janeiro Federal University.

Translation: Billy Blanco Jr.






o discurso e as mãos 

o discurso não continha verdade 
ensaio em diminuto pensamento 
e o instante só revelou a sua face 
quando as mãos tocaram o desconcerto 

pelos dedos o nó da eternidade 
refez-se quando a fala era mais grave 
e a memória trazida pelo tato 
instaurou dois sorrisos frente a frente 







efêmero 

começo a entender a pressa 
que insiste em me levar 
para onde já estou 
importa o movimento 
como símbolo de estética 
piruetas e arabescos 
a fingirem convergência 

assim seguimos juntos 
o grande balé da dúvida 
vivemos mais tempo 
morremos mais vezes 
livres de um só juízo 
ao final 






sempre amigos 

se esse amor de raiz brotasse 
flor no cascalho de idéias 
e lastros poderíamos 
esbarrar no susto 
no embaraço 

se soubéssemos celebrar 
o improvável passo 
atravessar a agulha 
pelo buraco 
traríamos alianças 
ao invés dessas luvas 

(tão bem polidas) 

que não tocam a foz 
dos nossos desejos






lapso 

na pegada desse momento 
brota um lastro 
virado pro futuro 

talvez antena simplesmente 
melhor fossem velas 
sobre mar profundo





cinema?

quando essa luz baixar
antes de olhos se fixarem 
na imensa tela onde a imagem
nos desenrola para dentro
onde nada havíamos tramado

se nos deparássemos ali
sem roteiro ou argumento
a viver na carne o arrepio
da inesperada cena?






eclipse

ainda no osso a manhã 
ampara um resto de insônia
expõe a textura dos olhos
por onde o espírito dissonante
não compreende 
a origem da inesperada luz

uma vez na carne a manhã
conspira a favor do gesto
distende o que o breu adensou
segredo deserto pergunta
a ferida
escondida na noite aberta







vidro
ou
espelho
o que vejo
através
é 
apenas o meio
ou
outro rosto
se mostra
na suspensão
da pergunta
acesa
sob a lâmina
dos olhos?



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