miércoles, 26 de febrero de 2014

ANTÓNIO NOBRE [11.089]

File:Antonio Nobre.jpg


ANTÓNIO NOBRE

António Nobre (Oporto, PORTUGAL  16 de agosto de 1867 - 18 de marzo de 1900) fue un poeta portugués, uno de los más originales de su generación, que estuvo marcado por el romanticismo tardío.
Estudió en Oporto1 y en 1888 se marchó a Coímbra1 para estudiar en la universidad de Coímbra aunque la abandonó para marcharse a París, donde se diplomó en Ciencias Políticas y Derecho en la Universidad de la Sorbona, en 1894.
Fue nombrado cónsul en Pretoria1 aunque tuvo que renunciar a debido a problemas de salud.
Murió de tuberculosis a los 33 años.

Obras literarias

Só (París, 1892) [Solo. Ediciones Sequitur, 2009]
Despedidas (1902)
Primeiros Versos (1921)




Entre Duero y Miño (fragmento)

¿Pero en qué patria, en qué nación me espera 
Esta torre, esta luna, esta quimera?
Fui a ver a mi hada y le dije: ¡Madrina
¿Dónde habrá en la Tierra así una reina?”
Y mi hada, con su varita mágica,
Un reino me señaló, allá abajo, al pie del mar...
¡Niñas, niñas lindas!
¡Cuál de vosotras es mi ideal?
Niñas, lindas niñas
Del reino de Portugal! 



Traducción de Roldolfo Alonso


ELEGÍA

Vírgenes que pasais, al sol poniente,
Por los caminos yermos, a cantar:
Yo quiero oír una canción ardiente
Que me recuerde el cariñoso hogar.

ίCantadme, en esa voz omnipotente,
El sol que cae, aureolando el mar,
La abunancia de la mies reluciente,
La gracia, el vino, el donaire, la luz!

ίCantad, cantad límpidas niñas!
De mi ruinoso hogar desenterrad
Todas esas antiguas ilusiones

Que vi morir em sueño como un ay...
Oh suaves y frescas muchachitas,
Adormecedme en esa voz...  ίCantad!






MI CONDADO

En campo azul de alada fantasia
Antaño edifiqué, para mi mal,
Castillos de oro, esmalte y pedrería.
Torres de lapizlázuli y coral.

En extensión de léguas, no había
Quien poseyera otro dominio igual:
Tan bello, así tan bello, parecía,
El territorio de un señor feudal…

Un día (no sé cuando, ni sé donde),
Um viento agreste de indiferencia y spleen
Lo echó por tierra, que el polvo todo esconde,

A mi condado —ίmi condado, si!
Porque ya fuí un poderoso conde,
En esa edad en que se es conde así...






ίSÉ DE PIEDRA!

¿Nunca te diste cuenta? Por la aldeã,
Sobre los cables del telégrafo,
Cantan as aves, desde que nace el sol,
Y, a noche, es sol la luna llena...

ίMientras, por el alambre en que se balancean,
Cuánta tortura va, en un ansia alada!
El Ministro que apuesta una jugada,
Alma que, a veces, de ultramar ansía:

—Revolución! —Inútil. — Cien heridos,
Setenta muertos. — ίUn beso! — ίPerdidos!
—ίPor fin, feliz! — ¿ —Desesperado. — ίVen!

Y a las bellas aves, ίqué les importa!
Continúan cantando, parlachinas:
Así, ίAntonio! debes ser también.



Textos extraídos de la obra POETAS PORTUGUESES Y BRASILEÑOS - DE LOS SIMBOLISTAS A LOS MODERNISTAS; organización y estúdio introductorio: José Augusto Seabra.  Buenos Aires: Instituto Camões; Editora Thesaurus, 2002.  472 p. ISBN 85-7062-323-2





SONETO

Meus dias de rapaz, de adolescente,
Abrem a boca a bocejar, sombrios:
Deslizam vagarosos, como os Rios,
Sucedem-se uns aos outros, igualmente.

Nunca desperto de manhã, contente.
Pálido sempre com os lábios frios,
Ora, desfiando os meus rosários pios...
Fora melhor dormir, eternamente!

Mas não ter eu aspirações vivazes,
E não ter como têm os mais rapazes,
Olhos boiados em sol, lábio vermelho!

Quero viver, eu sinto-o, mas não posso:
E não sei, sendo assim enquanto moço,
O que serei, então, depois de velho.

Belos Ares, 1889.






                   VOU SOBRE O OCEANO

Vou sobre o Oceano (o luar, de doce, enleva!)
Por este mar de Glória, em plena paz.
Terra da Pátria somem-se na treva,
Águas de Portugal ficam, atrás.

Onde vou eu? Meu fado onde me leva?
António, onde vais tu, doido rapaz?
Não sei. Mas o Vapor, quando se eleva,
Lembra o meu coração, na ânsia em que jaz.

Ó Lusitânia que te vais à vela!
Adeus! que eu parto (rezarei por ela)
Na minha Nau Catrineta, adeus!

Paquete, meu Paquete, anda ligeiro,
Sobe depressa à gávea, Marinheiro,
E grita, França! pelo amor de Deus!

Teu coração dentro do meu descansa,
Teu coração, desde que lá entro:
E tem tão bom dormir essa criança!
Deitou-se, ali caiu, ali ficou.

Dorme, menino! dorme, dorme, dorme!
O que te importa o que no mundo vai?
Ao acordares desse sono enorme,
Tu julgarás que se passou num ai.

Dorme, criança! dorme sossegada
Teus sonhos brancos ainda por abrir:
Depois a morte não te custa nada,
Porque a ela habituaste-te a dormir...

Dorme, meu anjo! (a noite é tão comprida!)
Que doces sonhos tu não hás-de ter!
Depois, com o hábito de os ter na vida,
Continuarás depois de falecer...

Dorme, meu filho! Cheio de sossego,
Esquece-te de tudo e até de mim!
Depois... de olhos fechados, és um cego,
Tu nada vês, meu filho! e antes assim...

Dorme os teus sonhos, dorme, e não mos digas,
Dorme, filhinho, dorme «ó-ó...»
Dorme, minha alma canta-te cantigas,
Que ela é velhinha como a tua avó!

Nenhuma ama tem um pequenino
Tão bom, tão meigo; que feliz eu sou!
E tem tão bom dormir esse menino...
Deitou-se, ali caiu, ali ficou.

Vou sobre o oceano (o luar, de doce, enleva!)
Por este mar de glória, em plena paz.
Terras da Pátria somem-se na treva
Águas de Portugal ficam, atrás.

Onde vou eu? Meu fado onde me leva?
António, onde vais tu, doido rapaz?
Não sei. Mas o vapor, quando se eleva,
Lembra o meu coração, na ânsia em que jaz.

Ó Lusitânia que te vais à vela!
Adeus! que eu parto (rezarei por ela)
Na minha Nau Catarineta, adeus!

Paquete, meu paquete, anda ligeiro,
Sobe depressa à gávea, marinheiro,
E grita, França! pelo amor de Deus!

                   Oceano Atlântico, 1890






ELEGIA

Ó virgens que passais, ao sol poente,
Pelas estradas ermas, a cantar:
Eu quero ouvir uma canção ardente
Que me recorde as afeições do lar.

Cantai-me, n´essa voz omnipotente,
O sol que tomba, aureolando o mar,
A fartura da seara reluzente,
O vinho, a graça, a formosura, o luar!

Cantai, cantai as límpidas cantigas!
Das ruínas do meu lar desenterrai
Todas aquelas ilusões antigas

Que eu vi morrer n- um sonho como um ai...
Ó suaves e frescas raparigas,
Adormecei-me n´essa voz...  Cantai!






O MEU CONDADO

No campo azul da alada fantasia
Edifiquei outr´ora, por meu mal,
Castelos de oiro, esmalte e pedraria,
Torres de lápis-lázuli e coral.

N´uma extensão de léguas, não havia
Quem possuísse outro domínio igual:
Tão belo, assim tão belo, parecia
O território de um senhor feudal...

Um dia (não sei quando, nem dei d´onde),
Um vento agreste de indiferença e spleen
Lançou por terra, ao pó que tudo esconde,

O meu condado — o meu condado, sim!
Porque eu já fui um poderoso conde,
N´aquela idade em que se é conde assim...






SÉ DE PEDRA

Não reparaste nunca? Pela aldeia,
Nos fios telegráficos da estrada,
Cantam as aves, desde que o sol nada,
E, à noite, se faz sol a luz cheia...

No entanto, pelo arame que as tonteia,
Quanta tortura vai, n´uma ânsia alada!
O ministro que joga uma cartada,
Alma que, às vezes, d´além-mar anseia:

—Revolução — Inútil. — Cem feridos,
Setenta mortos. — Beijo9-te! — Perdidos!
—Enfim, feliz! —! — Desesperado. — Vem!

E as lindas aves, bem se importam elas!
Continuam cantando, tagarelas:
Assim, António, deves ser também. 

                                    



O Somno de João

O João dorme... (Ó Maria, 
Dize áquella cotovia 
Que falle mais devagar: 
Não vá o João, acordar...) 

Tem só um palmo de altura 
E nem meio de largura: 
Para o amigo orangotango 
O João seria... um morango! 
Podia engulil-o um leão 
Quando nasce! As pombas são 
Um poucochinho maiores... 
Mas os astros são menores! 

O João dorme... Que regalo! 
Deixal-o dormir, deixal-o! 
Callae-vos, agoas do moinho! 
Ó mar! falla mais baixinho... 
E tu, Mãe! e tu, Maria! 
Pede áquella cotovia 
Que falle mais devagar: 
Não vá o João, acordar... 

O João dorme... Innocente! 
Dorme, dorme eternamente, 
Teu calmo somno profundo! 
Não acordes para o mundo, 
Póde affogar-te a maré: 
Tu mal sabes o que isto é... 

Ó Mae! canta-lhe a canção, 
Os versos do teu irmão: 
«Na Vida que a Dor povoa, 
Ha só uma coisa boa, 
Que é dormir, dormir, dormir... 
Tudo vae sem se sentir.» 

Deixa-o dormir, até ser 
Um velhinho... até morrer! 

E tu vel-o-ás crescendo 
A teu lado (estou-o vendo 
João! Que rapaz tão lindo!) 
Mas sempre, sempre dormindo... 

Depois, um dia virá 
Que (dormindo) passará 
Do berço, onde agora dorme, 
Para outro, grande, enorme: 
E as pombas que eram maiores 
Que João... ficarão menores! 

Mas para isso, ó Maria! 
Dize áquella cotovia 
Que falle mais devagar: 
Não vá o João, acordar... 

E os annos irão passando. 

Depois, já velhinho, quando 
(Serás velhinha tambem) 
Perder a cor que, hoje, tem, 
Perder as cores vermelhas 
E for cheiinho de engelhas: 
Morrerá sem o sentir, 
Isto é deixa de dormir... 
Acorda e regressa ao seio 
De Deus, que é d'onde elle veio... 

Mas para isso, ó Maria! 
Pede áquella cotovia 
Que falle mais davagar: 

Não vá o João, acordar... 



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