lunes, 13 de julio de 2015

PAULO BORGES [16.554] Poeta de Portugal


Paulo Borges 

Paulo Alexandre Esteves Borges
Nacido en Lisboa el 05/10/1959. es poeta y uno de los filósofos más destacados de Portugal. Entraña extraña está compuesto de cientos de aforismos con una base metafísica, que reflexionan sobre la existencia y el ser humano. Tienen mucho de exhortaciones:“¡Pierde el tiempo sin pérdida de tiempo!”, “No pienses.¡Vuela!”, en las que incita a caminar con ligereza, a trascender el lenguaje y el mundo, liberándonos de toda pequeñez y parcialidad. La base en la que se construyen estos aforismos suele ser el cuadro paradójico, lo que les da efectismo y un matiz de desconcierto. Intentan provocar al lector, remover su conciencia y remitirle a una nueva forma de mirar el mundo y subvertir los preceptos de la filosofía tradicional para concluir que “nada es real” y que “la esencia del yo consiste en no tenerla”. Proponen desconocernos de forma creativa para luego reinventarnos.

Ya no hay una verdad intemporal absoluta en los aforismos ni esa es su intencionalidad, si no que más bien evidencian, siguen “un proceso en el que al despertar la conciencia con perplejidad o espanto permiten el acceso a una nada que es todo o un todo que es nada”, es decir a un Absoluto, como señala Miguel Real en el ilustrativo prólogo, en el que traza una panorámica general de la filosofía portuguesa, otra gran desconocida en España. En Paulo Borges hay un intento de explicar el mundo y desentrañar los misterios del ser humano a través de una filosofía antirracionalista con ciertas dosis de nihilismo. Por  lado, se percibe en su obra una clara influencia del budismo en el concepto de vacuidad o asunción de un vacío iluminador, y la consideración de la realidad como algo ilusorio en el sentido de nuestras percepciones.

Como pensador finistérreo, Borges presta atención a la saudade, ese “sentimiento de ser anterior a sí y a todo”. En esa búsqueda de los instantes originarios, la saudade determina la forma de ver el mundo, manifestándose en nosotros con un fulgor íntimo. Y “enloqueciendo” en esa saudade sin retorno, Portugal es “finisterrae húmeda y movediza, limbo entre tierra y mar”. El autor hace también referencia a la crisis económica y al rescate cuando escribe: “Portugal es el moribundo integrado en la difunta Europa. Es una crisálida de lo inesperado.”

 Poesía:

Trespasse , Lisboa, Edições do Reyno, 1985.
Capital , Lisboa, Edições Jorge Cabrita, 1988.
Ronda da Folia Adamantina , Lisboa, Átrio, 1992.

Ensayo filosófico:

A Plenificação da História em Padre António Vieira. Estudo sobre a ideia de Quinto Império na “Defesa perante o Tribunal do Santo Ofício” , Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1995.
Do Finistérreo Pensar , Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001.
Pensamento Atlântico , Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002.
O Budismo e a Natureza da Mente (com Matthieu Ricard e Carlos João Correia), Lisboa, Mundos Paralelos, 2005.
Agostinho da Silva. Uma Antologia , Lisboa, Âncora Editora, 2006.
Tempos de Ser Deus. A espiritualidade ecuménica de Agostinho da Silva , Lisboa, Âncora Editora, 2006.
O Buda e o Budismo no Ocidente e na Cultura Portuguesa (organizador, com Duarte Braga), Lisboa, Ésquilo, 2007.
“O Budismo, uma proximidade do Oriente: ecos, sintonias e permeabilidades no pensamento português” , Revista Lusófona de Ciência das Religiões, Ano VI, nº 11 (Lisboa, 2007) (organizador, com Duarte Braga, do referido dossier temático).
Princípio e Manifestação. Metafísica e Teologia da Origem em Teixeira de Pascoaes , 2 vols., Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2008.
A Cada Instante Estamos A Tempo De Nunca Haver Nascido (Aforismos) , Corroios, Zéfiro, 2008.
Da Saudade como Via de Libertação , Lisboa, Quidnovi, 2008.
A Pedra, a Estátua e a Montanha . OV Império no Padre António Vieira, Lisboa, Portugália Editora, 2008.
O Jogo do Mundo. Ensaios sobre Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa , Lisboa, Portugália Editora, 2008.
Uma Visão Armilar do Mundo. A vocação universal de Portugal em Luís de Camões, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva , Lisboa, Verbo, 2010.
O Drama de Deus. Homogeneidade, Diferenciação e Reintegração em Sampaio Bruno , Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda (no prelo).

Novela:

Línguas de Fogo. Paixão, Morte e Iluminação de Agostinho da Silva , Lisboa, Ésquilo, 2006.

Teatro:

Folia. Mistério de Pentecostes em três actos , Lisboa, Ésquilo, 2007.

Traducción:

1 – Dalai Lama, Estágios da Meditação, Lisboa , Âncora Editora, 2001, 200 pp. (Stages of Meditation, Ithaca, Snow Lion Publications, 2001).
2 – Dalai Lama, Palavras do Coração , Lisboa, Presença, 2003 (com Conceição Gomes).
3 – Tsangyang Gyatso, VI Dalai Lama, Cantos de Amor , Lisboa, Mundos Paralelos, 2005.
4 – Dalai Lama, Uma Mente Tranquila , Lisboa, Editorial Presença, 2006 (com Conceição Gomes).
5 – Padmasambhava, Livro Tibetano dos Morto s, Lisboa, Ésquilo, 2006 (com Rui Lopo).
6 – Dalai Lama / Howard C. Cutler, Serenidade e Realização na Vida Profissional , Lisboa, Editorial Presença, 2007.
7 – Shantideva, A Via do Bodhisattva , Lisboa, Ésquilo, 2007 (que também gravou em áudio-livro, na mesma editora e no mesmo ano).
8 – Patrul Rinpoche, O Caminho da Grande Perfeição , Lisboa, Ésquilo, 2007.
9 – Dzongsar Janyang Khyentse, O Que Não Faz de Ti um Budista , Lisboa, Lua de Papel, 2009 (no prelo).

Organizou e participou em múltiplos encontros científicos, em Portugal, Espanha, França, Alemanha e Brasil, tendo publicado cerca de uma centena de artigos em revistas científicas, participado em cerca de uma centena de obras colectivas e apresentado duas centenas e meias de comunicações em eventos científicos nestes países.
Coordenou a edição das Obras de Agostinho da Silva, na Editora Âncora e no Círculo de Leitores, e coordena o projecto de levantamento, transcrição, estudo e edição do espólio de Agostinho da Silva, no Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, apoiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, que começará este ano a ser publicado pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

Presidente da Comissão das Comemorações do Centenário do Nascimento de Agostinho da Silva, em 2006-2007.
Membro da Comissão Organizadora das visitas de SS o Dalai-Lama a Portugal em 2001 e 2007. Tradutor-intérprete dos seus ensinamentos nesta última visita, na Faculdade de Medicina Dentária, em 13, 14 e 15 de Setembro de 2007.

Membro da Comissão de Honra das Comemorações dos 500 anos do nascimento de São Francisco Xavier e da Comissão Científica do Congresso Comemorativo dos 400 anos do nascimento do Padre António Vieira.
Sócio-fundador e membro da Direcção do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira. Membro correspondente da Academia Brasileira de Filosofia.
Membro Fundador da APERel – Associação Portuguesa para o Estudo das Religiões. Membro do Conselho de Direcção da Revista Lusófona de Ciência das Religiões.
Director da colecção “Ecúmena”, na editora Zéfiro.

Co-Director da Revista “Nova Águia”. Director da revista Cultura ENTRE Culturas.
Coordenador do Movimento Outro Portugal. Membro da Comissão Coordenadora do Partido Pelos Animais.
Presidente da União Budista Portuguesa e da Associação Agostinho da Silva. Vice-Presidente da Casa da Cultura do Tibete.

Página pessoal: http://www.pauloborges.net


SAUDADE 

Ilusión de que haya origen
y fin,
fecundas la virginidad
que no cesa.

Deseas lo que niegas,
cuanto eres rechazas
por el ansia de lo que no puedes:
regresar a lo que nunca dejaste.

Eres absurda
maravillosa
vasta y profunda
infinita.

Eres todo,
la vida y la muerte
que no son.
Nunca fuiste, no eres y no serás.
Por eso todo te canta y sufre:
ilusión de haber.

Traducción de Carlos Ciro



SAUDADE 

Ilusão de haver origem 
e fim,
fecundas a virgindade 
que não cessa. 

Desejas o que negas, 
rejeitas o que és 
por anseio do que não podes: 
regressar ao que nunca deixaste. 

És absurda 
maravilhosa 
vasta e profunda 
infinita. 

És tudo, 
a vida e a morte 
que não são. 
Nunca foste, não és e não serás. 
Por isso tudo te canta e sofre: 
ilusão de haver. 


Y el fragmento inicial de su ensayo "De la saudade como vía de liberación":


«Hay instantes en que, desprevenidos y sin intenciones, libres de los hábitos mentales y emocionales, súbitamente nos sorprendemos traspasados por un inefable sentimiento de infinito, plenitud, felicidad, potencia, luminosidad y libertad. No somos sino eso que sentimos y sabemos entonces por la más simple evidencia, que es esa la realidad y la verdad primera, última y eterna de todo. Porque en esos instantes la plenitud que sentimos es la plenitud, no nuestra irreal plenitud, sino la plenitud de todas las cosas. La plenitud que se siente sin la escisión sujeto-objeto, la plenitud que se ve sin concepto, la plenitud en que cuerpo, sentidos, mente y consciencia están todos dando testimonio y celebrando su eterna infinitud, perfección y esplendor. Una plenitud sin centro ni periferia, sin interior ni exterior, sin poseedor ni destinatario. Una plenitud sin porqué ni para qué. La plenitud.
    Entonces somos y sabemos todo, sin carecer del conocimiento de nada. Lo vemos todo, sin pensar en nada. Y también vemos, tal vez en el amago de esos instantes o en su recuerdo reflexivo y saudoso, que no somos y que nada es como antes nos concebíamos y lo concebíamos. Vemos que no somos nada es como nos dicen. Vemos que nada es, nunca fue y nunca será realmente separado de eso que nosotros sentimos. Vemos que nada, nosotros, los otros, la totalidad de lo que antes pensábamos como seres, cosas y fenómenos, separados, finitos y limitados, con entidad, forma y características propias, con origen, duración y fin, con nacimiento, vida y muerte, nunca verdaderamente existió así, existe o existirá. Todo se revela simultáneamente interligado, osmótico e irradiante de un "no sé qué", en una gloria irreductible a todo concepto y palabra. Todo está vacío de límites y pujante de esplendor e intensidad. En esos instantes exultamos y el mundo es Fiesta. Sin porqué ni para qué. Sin quién ni qué.»

Texto original y fuente:

«Instantes há em que, desprevenidos e sem intenções, livres dos hábitos mentais e emocionais, subitamente nos surpreendemos trespassados de um inefável sentimento de infinito, plenitude, felicidade, potência, luminosidade e liberdade. Não somos senão isso que sentimos e sabemos então, pela mais simples evidência, ser essa a realidade e verdade primeira, última e eterna de tudo. Porque nesses instantes a plenitude que sentimos é a plenitude, não a nossa irreal plenitude, mas a plenitude de todas as coisas. A plenitude que se sente sem cisão sujeito-objecto, a plenitude que se vê sem conceito, a plenitude em que corpo, sentidos, mente e consciência são tudo a testemunhar e celebrar a sua eterna infinitude, perfeição e esplendor. Uma plenitude sem centro nem periferia, sem interior nem exterior, sem possuidor nem destinatário. Uma plenitude sem porquê nem para quê. A plenitude.
    Então somos e sabemos tudo, sem que nada careçamos de conhecer. Vemos tudo, sem em nada pensar. E também vemos, quer no âmago desses instantes, quer já na sua memória reflexiva e saudosa, que não somos e nada é como antes nos concebíamos e o concebíamos. Vemos que não somos e nada é como nos dizem. Vemos que nada é, nunca foi e nunca será realmente separado disso que nos sentimos. Vemos que nada, nós, os outros, a totalidade do que antes pensávamos como seres, coisas e fenómenos, separados, finitos e limitados, com entidade, forma e características próprias, com origem, duração e fim, com nascimento, vida e morte, jamais em verdade assim existiu, existe ou existirá. Tudo se revela simultaneamente interligado, osmótico e irradiante de 'um não sei quê', numa glória irredutível a todo o conceito e palavra. Tudo é vazio de limites e pujante de esplendor e intensidade. Nesses instantes exultamos e o mundo é Festa. Sem porquê nem para quê. Sem quem nem quê.»

(En:Paulo Borges, "Da Saudade como Via de Libertação", QuidNovi, 2008, pp. 87-88.)





ENTRAÑA EXTRAÑA (fragmentos)
Paulo Borges. Entraña extraña. Ed. Amargord, 2014



En verdad nunca somos. Vivimos y morimos por no darnos cuenta de eso.

*

Nazco a partir de todo lo que dejo de ser.

*

Nada jamás aconteció ni puede acontecer. Cada uno de nosotros es el olvido absurdo y maravilloso de eso.

*

Cuando sólo comprendas lo que no puede ser comprendido volverás a ser inteligente. Lo difícil viene después.

*

Cuanto más unido a Dios más libre de Él.

*

Todo es innecesario, por eso es maravilloso.

*

El mundo es mundo por un tris (Teixeira de Pascoaes). Se sostiene en un pensamiento fugaz siempre reiterado.

*

Todos somos tóxico-dependientes. Dependientes no, esclavos, de la droga de vernos distintos y de aquellas otras, derivadas, del ataque y de la defensa, de la posesión y de la exclusión.

*

Abre los ojos antes de que los cierres.

*

Estamos viviendo una ilusión. Y los pocos que se dan cuenta de ello caen todavía en otra ilusión al pensar que se dan cuenta de algo.

*

No hay enseñanzas sobre la realidad. La realidad es la enseñanza.

*

Miedo y hábitos, confort, mil distracciones y esperanza de que todo cambie sin que nosotros cambiemos: de ahí el veneno lento que nos adormece y nos mata.

*

En una mente sin conceptos y en un corazón despierto para el amor todo y todos se cumplen y disipan todas las vías espirituales y religiosas, todos los ateísmos y agnosticismos, todas las filosofías y doctrinas, todas las ideologías e ismos.

*

Detrás de cada ojo, pata, mano, aleta, ala, hay un deseo infinito de felicidad.

*

Si sientes odio, rencor a aversión por alguien imagínalo recién nacido, muy enfermo y moribundo y observa lo que ocurre.












No hay comentarios:

Publicar un comentario