jueves, 17 de mayo de 2012

LILIANE GIRAUDON [6.862]


Liliane Giraudon 

(Francia, 1946)
Liliane Giraudon. Miembro del Comité de Redacción de la revista Action Poétique de 1977 a 1980. Co-fundadora de los "Encuentros Internacionales de Poesía Contemporánea", ha co-dirigido los tres festivales de Cogolin (Francia) del 1984 a 1986. Co-dirige la revista "Banana Split" entre otras.

Libros publicados:

Têtes ravagées : une fresque, Nîmes, France, La Répétition, 1978
Je marche ou je m’endors, Paris, Hachette/P.O.L., 1982, 151 p. (ISBN 978-2-01-008089-0)
Some postcards about C.R.J. and other cards, Marseille, France, avec Jean-Jacques Viton, Éditions Spectres familiers, 1982, livret boîte à rythmes
La Réserve, Paris, P.O.L., 1984, 154 p. (ISBN 978-2-86744-029-8)
Quel jour sommes-nous ?, Noeux-les-Mines, France, Éditions Ecbolade, 1985, avec un polaroïd de l’auteur
La Nuit, Paris, P.O.L., 1986, 80 p. (ISBN 978-2-86744-073-1)
V, La Souterraine, France, Éditions la Main courante, 1987, 6 vignettes de N. Balestrini
Divagation des chiens, Paris, P.O.L., 1988, 179 p. (ISBN 978-2-86744-123-3)
Pallaksch, Pallaksch, Paris, P.O.L., 1990, 123 p. (ISBN 978-2-86744-181-3).
- Prix Maupassant 1990
Fur, Paris, P.O.L., 1992, 106 p. (ISBN 978-2-86744-295-7)
Les animaux font toujours l’amour de la même manière, Paris, P.O.L., 1995, 119 p. (ISBN 978-2-86744-469-2)
Malmousque, Ivry-sur-Seine, France, avec Fred Deluy, Action poétique/Parcelle, 1996
Benjamin/Baudelaire/Marseille, avec Jean-Jacques Ceccarelli et P. Box, Cornaway, 1997
Parking des filles, Paris, P.O.L., 1998, 154 p. (ISBN 978-2-86744-621-4)
Anne n’est pas Suzanne, La Souterraine, France, Éditions la Main courante, 1998, 25 p. (ISBN 978-2-905280-83-1)
Poème pour la main gauche, La Souterraine, France, avec Jean-Jacques Viton, Éditions la Main courante, 1999, 15 p. (ISBN 978-2-913919-00-6)
Homobiographie, Paris, Éditions Farrago, 2000, 63 p. (ISBN 978-2-84490-024-1)
Sker, Paris, P.O.L., 2002, 138 p. (ISBN 978-2-86744-888-1)
La fiancée de Mahkno, Paris, P.O.L., 2004, 160 p. (ISBN 978-2-86744-997-0)
L’onanisme d’Hamlet, Clamart, France, Les Cahiers de la Seine, 2004, 20 p.
Carnet de nuit à Reykjavik, Marseille, France, Éditions Fidel Anthelme X, 2004
Greffe de spectres, Paris, P.O.L., 2005, 128 p. (ISBN 978-2-84682-079-0)
Les talibans n'aiment pas la fiction : carnet afghan, Paris, Éditions Inventaire-Invention, 2005, 40 p. (ISBN 978-2-914412-42-1)
Marquise vos beaux yeux, Lyon, France, avec Michelle Grangaud, Josée Lapeyrère, Anne Portugal, Éditions le Bleu du ciel, 2005, 122 p. (ISBN 978-2-915232-25-7)
Mes bien-aimé(e)s, Paris, dessins de Christophe Chemin, Éditions Inventaire-Invention, 2007, 104 p. (ISBN 978-2-914412-61-2)
La Poétesse, Paris, P.O.L., 2009, 128 p. (ISBN 978-2-84682-302-9)
Hôtel : Fictions et photographique, Paris, avec Jean-Jacques Viton, photos de Bernard Plossu, Éditions Argol, 2009 (ISBN 978-2-915978-49-0)
Vous mettrez ça sur la note, Marseille, France, avec Bernard Plasse et Jean-Jacques Viton, Éditions Diem Perdidi, 2009, 85 p. (ISBN 978-2-9534544-0-6)
Biogres. Montaigne, Montesquieu, Mauriac, Coutras/ Bordeaux, France, coéd. Permanences de la littérature/Centre François Mauriac de Malagar, 2009, 58 p. (ISBN 978-2-9535520-0-3)
A3, Ivry-sur-Seine, France, avec Fred Deluy et Jean-Jacques Viton, Action poétique, 2009, 64 p. (ISBN 978-2-85463-194-4)
L'omelette rouge, Paris, P.O.L., 2011 (ISBN 978-2-8180-1361-8)

Théâtre
ACTE Vegas, transposition de La Mouette de Tchekhov, 20103
Anthologie
Liliane Giraudon et Henri Deluy, Poésies en France depuis 1960 : 29 femmes, Paris, Éditions Stock, coll. « Versus », 1994, 265 p. (ISBN 978-2-234-04352-7)





No hacer nada
es inútil
más entre hacer y no hacer
más vale
lo inútil del hacer

"Todos sabemos
lo que es la poesía"
son las ocho
él se ha ido
qué es una sombra
reducida a lo esencial
una sombra
o bien una negación
y lo que viene después
en la medida
que esta diferencia
tiende a anularse
al final
en el desgastarse
una trenza regular
cuando penetramos
en las profundidades
del tejido nervioso
tersa rima

nivel estable
de los efectos
de propagación
y los círculos
se acumulan
en el interior
los recuerdos
más recientes
retienen
los recuerdos
más antiguos

esto
en el interior
cada vez más
lentamente
cada vez más
fuerte
cada ves más
todos sabemos
lo que es
la poesía


Traducción de Juan Diego Robledo
http://emmagunst.blogspot.com.es






HIER LA POÈTE …



Hier La Poète a pensé à
Marseille. Marseille, la ville où
elle dort. Elle se disait: « Tu dors
près d'un continent liquide
dont les berges sont solides et
les populations nomades depuis
au moins le paléolithique. » Elle
trouvait ça plutôt réconfortant.

Hier, en promenade, La Poète a
cueilli du thym et photographié
le crottin d'un cheval invisible.
Sur le Ventoux au loin, calotte
neigeuse. Une meringue dans
l'air.

[...]

Hier La Poète a perdu son
blouson rouge et fait pleurer
une femme voilée en lui parlant
du comportement violent de
son fils pendant le ramadan. La
Poète ne voulait pas faire
pleurer la mère mais le fils. Elle
se disait que s'il était si violent
c'est parce qu'il n'arrivait plus à
pleurer.

[...]

Hier elle a parlé de la poétesse
vietnamienne Hô Xuân Huong.
Son insolence. Dans son siècle.
À sa place. Près du grand lac
d'Hanoï. En plein XVIIIe siècle.
Sa crudité sexuelle enfouie sous
de simples objets (éventail,
balançoire, fruit). Comment le
fait qu'en vietnamien le verbe
« traduire » signifie aussi
« contaminer ». Ça n'intéressait
pas plus le public que la fois
précédente.

[...]

Hier La Poète a vu sur le
trottoir de l'urine fumer.
L'urine dessinait l'image exacte
de la botte italienne. Il était six
heures quarante-cinq et la nuit
était brumeuse malgré le froid
sec. La Poète a ressenti un
curieux sentiment de bonheur.
Le simple fait d'exister.

[...]

Hier elle a bu un thé superbe
appelé « Baïkal ».

[...]

Hier rêvé un petit dialogue:
« Moi si j'avais pu choisir mon
nom, j'aurais dit Carence. Pas
Clarence, non, Carence. »
« Bonjour Carence. Moi c'est
Inopinée. »

[...]

LA POETESSE
Liliane Giraudon, La Poétesse, Homobiographie,
P.O.L, 2009, pp. 19-20-22-23.



Pagu Meu Totem

Liliane Giraudon | Poemas

Retrato de Pagu por Cândido Portinari

Pagu num 14 de junho de 1910. Ela nasce. Quer dizer Patrícia Rehder Galvão nascida em São João da Boa Vista, sob o signo dos gêmeos. Pagu criança. Pagu a dez anos (de roupa vermelha), o ano em que Picabia publica em Berlim seu Manifesto Canibal: O homem que tem dinheiro é um homem honrado. A honra se compra e vende como o cu. O cu, o cu, representa a vida como as batatas fritas, e vocês todos que são sérios vão se sentir pior que bosta de vaca. Pagu cresce. Pagu desenha. Pagu escreve. Pagu e seu Álbum. As sobrancelhas de Pagu (aéreas e precisas). Pagu e o Manifesto Antropofágico. Pagu e o robusto e crápula poeta modernista Oswald de Andrade. A boca de Pagu (sombriamente desenhada). Pagu ato de devoração. Pagu signo de deglutição. Pagu publica seus poemas e seus desenhos na Revista de Antropofagia. Pagu e os dentes permanentes. Pagu Eu sou muito gentil mas não me provoque. Pagu polimórfica, Pagu substrato e Pagu misturas. Pagu sem champagne porque não há. Pagu tupy or not tupy that is the question. Pagu em 1931 (ela adere ao Partido Comunista Brasileiro). «A mulher do povo» coluna que Pagu mantém no jornal panfletário O homem do povo que ela criou com Oswald de Andrade. Rudá filho de Pagu e de Oswald de Andrade. Pagu acredita nos instrumentos e nas estrelas. Pagu e o «Romance da Época Anarquista». Pagu feminista (para uma vida sexual livre). Pagu primeira mulher brasileira a ser presa por razões políticas. Pagu prisoneira. Pagu romancista. Pagu publica seu primeiro romance com pseudônimo (Mara Lobo). Parque Industrial o romance proletário de Pagu. Pagu: Só me interessa o que não é meu. 1932 Instalação de Pagu na vida proletária do Rio. Pagu e as operárias da agulha. Pagu e Corina, a jovem prostituta (Ela ajeita seu baton sorrindo no espelhinho). Pagu diante do fascismo tropical. Pagu esgotada. Pagu em perigo. Pagu foge. Pagu em atos. Pagu na prática. Pagu deixando o vestiário do Antropófago. Pagu e a inversão. Pagu e a concentração. Pagu e a História Literária. Ao escrever «Nós abandonamos os belos salões e nos tornamos cachorros vira-latas do modernismo… cachorros que comeram na prisão, que passaram fome…» o poeta Oswald de Andrade por acaso chegou a nomear Pagu? Pagu em exílio. Pagu nos EUA, no Japão, na China, na URSS, na Alemanha e na França. Pagu introduz a soja chinesa no Brasil em 1935. Pagu em Paris (Crevel lhe telefona na véspera de seu suicídio). Pagu e os surrealistas. Pagu traduz. Pagu assiste aos cursos de Nizan. Pagu entra para o PCF com o pseudônimo de Léonie. Pagu e a Frente Popular. Pagu e os combates de rua. Pagu ferida (3 meses de hospital). Pagu detida pela polícia de Laval. Pagu repatriada e de novo encarcerada no Rio. Pagu se evade. Pagu de novo detida. Pagu cinco anos de prisão. Pagu O luar ! Há dois séculos não vejo o luar !… Pagu escreve com o pseudônimo de Ariel. Pagu disfarçada. Pagu desnudada. A lista (exposta) dos pseudônimos de Pagu. Pagu se casa novamente com Geraldo Ferraz. Geraldo Galvão Ferraz o segundo filho de Pagu. «A Famosa Revista» Romance-Manifesto antistalinista que Pagu escreve com Geraldo. Pagu jornalista e cronista. Pagu mantém a seção «Cor local» no Diário de São Paulo. Pagu traduz, Pagu escreve. Pagu introduz Mallarmé, Apollinaire, Joyce… Pagu antologista da literatura estrangeira. Pagu poeta. Pagu escreve o poema «Natureza morta» que publica com o pseudônimo de Solange Sohl que inspirará Augusto de Campos «Solange Solh existe ? É uma pessoa só ou um conjunto de vidros diferentes ?». Pagu Solange Sohl e a jovem vanguarda poética do grupo Noigandres. O não-encontro de Augusto de Campos com Pagu, com Pagu viva. Pagu tenta o suicídio (uma bala na cabeça). O não-suicídio de Pagu Agora saio de um túnel, com muitas cicatrizes MAS ESTOU VIVA! Pagu lúcida. Pagu polêmica. Pagu denúncia a mediocridade cultural e literária de seu tempo. Pagu ataca Mario de Andrade «o maior traidor». Pagu ataca as instituições onde mestres e discípulos têm os mesmos cabelos brancos. Pagu e Antonin Artaud. Pagu e Kafka. Pagu guerrilheira (para um socialismo utópico, contra a esquerda stalinianista, contra a direira reacionária). Pagu e Victor Serge; Pagu e o teatro. Pagu e a direção teatral. Pagu traduz Ionesco, Arrabal e Beckett. Pagu e Brecht. Pagu e Strinberg. Para uma seção na TV Pagu utiliza um novo pseudônimo (Gim). Para outras intervenções Pagu volta a seu antigo pseudônimo (Mara Lobo). Pagu e o futuro. Pagu e o passado. Pagu e o tempo. O tempo vivido por Pagu. Em 1980 num bar de Marselha e graças a Ines Oseki Depré eu descubro a existência de Pagu. Pagu no número 17 da revista Banana Split. Pagu e a experiência pessoal renovada. Pagu quer dizer o dentro no de fora Pagu ocultada. Pagu se ocultando. Pagu que vem postumamente à luz graças a Augusto de Campos. Pagu história epidérmica de um modernismo. Pagu tão incrível quanto arrebatadora. Pagu escrevendo para as crianças (uma peça de teatro). Pagu e Svevo e Tardieu e Nathalie Sarraute. Pagu defende Lolita. Pagu e John John. Pagu e Hippolyte Hentgen. Pagu e Charmian Kittredge. Pagu sem Amelia Earhart (corpo não encontrável). Pagu e as irmãs Poto e Cabenco. Pagu e o tempo que faz. Pagu amanhã. Pagu e o afundamento do ritual. Pagu nova forma do ritual. Pagu sem Pagu. Em 1962 Pagu tenta se suicidar. O segundo não suicídio de Pagu. En 1962 em sua cidade mais amada Pagu morre de câncer. De agora em diante Pagu. Pagu abre os braços a seus amigos de sempre. Pagu e nada. O último poema de Pagu. Pagu hoje. Pagu agora. Pagu amada. Pagu seminal. Pagu aqui num seis de abril de 2014. Pagu.

Marselha, março de 2014

Tradução: Aurora Bernardini



Pagu em comício na Praça da República, em Santos, 1931.

PAGU MON TOTEM

Pagu un 14 juin 1910. Elle nait. Pagu c’est à dire Patricia Rehder Galvao née à Sao Joao de Boa Vista, au Brésil, sous le signe des gémeaux. Pagu enfant. Pagu à dix ans (robe rouge) l’année où Picabia publie à Berlin son Manifeste Cannibale: L’homme qui a de l’argent est un homme honorable. L’honneur se vend et s’achète comme le cul. Le cul, le cul représente la vie comme les pommes frites, et vous tous qui êtes sérieux, vous sentirez plus mauvais que la merde de vache. Pagu grandit. Pagu dessine. Pagu écrit. Pagu et son Album. Les sourcils de Pagu (aériens et précis). Pagu et le Manifeste Anthropophage. Pagu et le costaud crapule poète moderniste Oswald de Andrade. La bouche de Pagu (sombrement dessinée). Pagu acte de dévoration. Pagu signe de déglutition. Pagu publie ses poèmes et ses dessins dans la revue «Anthropophage». Pagu et les dents permanentes. Pagu Je suis très gentille mais ne me chatouille pas. Pagu polymorphe, Pagu substrat et Pagu mélanges. Pagu sans champagne parce qu’il n’y en a pas. Pagu tupi or not tupi that is the question. Pagu en 1931 (elle adhère au Parti Communiste Brésilien). «La femme du peuple» rubrique que Pagu tient dans le Journal pamphlétaire «L’Homme du peuple» qu’elle a créé avec Oswald de Andrade. Rùda fils de Pagu et d’Oswald de Andrade. Pagu croit aux instruments et aux étoiles. Pagu et le «Roman de l’Epoque Anarchiste». Pagu féministe (pour une vie sexuelle libre). Pagu première femme brésilienne à être emprisonnée pour raisons politiques. Pagu emprisonnée. Pagu romancière. Pagu publie son premier roman sous pseudonyme (Mara Lobo). «Parc Industriel» le roman prolétaire de Pagu. Pagu: Ne m’intéresse que ce qui n’est pas mien. 1932 Installation de Pagu dans la vie prolétaire de Rio. Pagu et les ouvrières de l’aiguille. Pagu et Corina la jeune prostituée (Elle modifie son rouge à lèvres en souriant au miroir de poche). Pagu face au fascisme tropical. Pagu épuisée. Pagu en danger. Pagu s’enfuit. Pagu en actes. Pagu en pratique. Pagu quittant la garde-robe de l’Anthropophage. Pagu et le renversement. Pagu et le recentrement. Pagu et l’Histoire Littéraire. Lorsque le poète Oswald de Andrade écrira «Nous avons abandonné les beaux salons et sommes devenus les chiens vira-latas du modernisme….des chiens qui ont mangé de la prison, ont souffert de la faim…» a-t-il seulement nommé Pagu? Pagu en exil. Pagu aux USA, au Japon, en Chine, en URSS, en Allemagne et en France. Pagu introduit le soja chinois au brésil en 1935. Pagu à Paris (Crevel lui téléphone la veille de son suicide). Pagu et les surréalistes. Pagu traduit. Pagu suit les cours de Nizan. Pagu rentre au PCF sous le pseudonyme de Léonie. Pagu et le front populaire. Pagu et les combats de rue. Pagu blessée (3 mois d’hôpital). Pagu arrêtée par la police de Laval. Pagu rapatriée et à nouveau incarcérée à Rio. Pagu s’évade. Pagu à nouveau arrêtée. Pagu cinq ans de prison. Pagu Le clair de lune ! Il y a deux siècles que je ne vois pas le clair de lune !… Pagu écrit sous le pseudonyme d’Ariel. Pagu masquée. Pagu mise à nue. La liste (ouverte) des pseudonymes de Pagu. Pagu se remarie avec Geraldo Ferraz. Geraldo Galvao Ferraz le deuxième fils de Pagu. «La Fameuse Revue» Roman Manifeste anti-stalinien que Pagu écrit avec Geraldo. Pagu journaliste et chroniqueuse. Pagu tient la rubrique «Couleur locale» au Diario de San Paolo. Pagu traduit, Pagu écrit. Pagu introduit Mallarmé, Apollinaire, Joyce… Pagu anthologiste de la littérature étrangère. Pagu poète. Pagu écrit le poème «Nature morte» qu’elle publie sous le pseudonyme Solange Sohl qui inspirera Augusto de Campos «Solange Solh existe-telle? Est-elle unique ou bien un ensemble de verres assortis ?». Pagu Solange Sohl et la jeune avant-garde poétique du groupe Noigandres. La non-rencontre d’Augusto de Campos et de Pagu du vivant de Pagu. Pagu tente de se suicider (une balle dans la tête). Le non-suicide de Pagu Maintenant je sors d’un tunnel, j’ai de nombreuses cicatrices mais JE SUIS VIVANTE !. Pagu lucide. Pagu polémique. Pagu dénonce la médiocrité culturelle et littéraire de son temps. Pagu attaque Mario de Andrade «le plus grand traître». Pagu attaque les institutions où maîtres et disciples ont les mêmes cheveux blancs. Pagu et Antonin Artaud. Pagu et Kafka. Pagu guérillère (pour un socialisme utopique, contre la gauche stalinienne, contre la droite réactionnaire). Pagu et Victor Serge; Pagu et le théâtre. Pagu et la mise en scène. Pagu traduit Ionesco, Arrabal et Beckett. Pagu et Brecht. Pagu et Strinberg. Pour une rubrique télévisuelle Pagu utilise un nouveau pseudonyme (Gim). Pour d’autres interventions, Pagu reprend son ancien pseudonyme (Mara Lobo). Pagu et l’avenir. Pagu et le passé. Pagu et le temps. Le temps vécu par Pagu. En 1980, dans un bar de Marseille et grâce à Ines Oseki Depré je découvre l’existence de Pagu. Pagu dans le numéro 17 de la revue Banana Split. Pagu et l’expérience personnelle renouvelée. Pagu c’est à dire pas de dedans sans dehors. Pagu occultée. Pagu s’occultant. Pagu rendue posthumément à la lumière par Augusto de Campos. Pagu histoire épidermique d’un modernisme. Pagu aussi incroyable que bouleversante. Pagu écrivant pour les enfants (une pièce de théâtre). Pagu et Svevo et Tardieu et Nathalie Sarraute. Pagu défend «Lolita». Pagu et John John. Pagu et Hippolyte Hentgen. Pagu et Charmian Kittredge. Pagu sans Amelia Earhart (corps introuvable). Pagu et les sœurs Poto et Cabenco. Pagu et le temps qu’il fait. Pagu demain. Pagu et l’effondrement du rituel. Pagu nouvelle forme du rituel. Pagu sans Pagù. En 1962 Pagu essaie de se suicider. Le second non suicide de Pagu. En 1962 dans sa ville préférée Pagu meurt d’un cancer. Désormais Pagu. Pagu ouvre les bras à ses amis de toujours. Pagu et rien. Le dernier poème de Pagu. Pagu aujourd’hui. Pagu maintenant. Pagu bien-aimée. Pagu séminale. Pagu ici un six avril 2014. Pagu.


Marseille, mars 2014


Prisión de Pagú en 1931




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