domingo, 25 de octubre de 2015

ANTONIO FRANCISCO DA COSTA E SILVA [17.277] Poeta de Brasil


Antonio Francisco da Costa e Silva

Antonio Francisco da Costa e Silva (Amarante, 28 de noviembre de 1885 - Río de Janeiro, 29 de junio de 1950) fue un poeta brasileño.

Comenzó a componer versos alrededor de 1896, datando sus primeros poemas publicados en 1901. Sin embargo, su primer libro de poesía, Sangue, fue lanzado en 1908.

Es el autor de la letra del himno de Piauí.

Perteneció a Piauiense Academia de Artes, Silla 21, cuyo patrón es Padre Leopoldo Damasceno Ferreira.

Guilherme Luiz Leite Ribeiro dijo Costa e Silva fue horriblemente feo, lo que influyó en su carrera:

Su hijo, Alberto da Costa e Silva, es un conocido diplomático, escritor, historiador y miembro de la Academia Brasileña de Letras. Recientemente recibió el Premio Camões en 2014.

Un gran poeta que se ganó el aprecio de la gente con su forma armoniosa de ser. .. Poemas de su ciudad Amarante- Piauí, caracterizó una de sus obras.

Obras:

Sangue (1908),
Elegia dos Olhos,
Poema da Natureza,
Clepsidra,
Zodíaco (1917),
Verhaeren (1917),
Pandora (1919),
Verônica (1927),
Alhambra (1925-1933), obra póstuma inacabada,
Antologia (coleção de poemas publicada em vida - 1934),
Poesias Completas (1950), coletânea póstuma.


LA ARAÑA

Del techo en una esquina, la ágil y astuta araña,
En telar invisible teje la tenue tela,
El artístico ardid, arma de su campaña,
Insidiosa y sutil, que a la mosca debela.

Fluye fluída de las entrañas esa extraña
Y fría trama ideal de seda que modela,
Y, al hacer su guarida, los lazos enmaraña
De albo disco nupcial do el sol borda una estela.

En grumos de espuma, urde, borda y diseña
El fatal arabesco de los palpos apoya
Y, tenaz, en cazar los insectos se empeña.

Vive, mata y produce, de su técnica dueña;
Y, ardiendo su mirada lo mismo que una joya,
Muere en la propia tela, donde trabaja y sueña. 

Trad. de Ángel Crespo
Extraído de “Muestra de Poemas Simbolistas Brasileños”. In: REVISTA DE CULTURA BRASILEÑA, Tomo VI, N. 22, septiembre 1967, p. 273.




A ARANHA

Num angulo do tecto, agil e astuta, a aranha
Sobre invisivel tear tecendo a tenue teia,
Arma o artistico ardil em que as moscas apanha
E, insidiosa e subtil, os insectos enleia.

Faz do fluido que flue das entranhas a extranha
E fina trama ideal de seda que a rodeia
E, alargando o aronhol, os élos emmaranha
Do alvo disco nupcial, que a luz do sol prateia.

Em flóculos de espuma urde, borda e desenha
O arabesco fatal, onde os palpos apoia
E, tenaz, a caçar os insectos se empenha.

Vive, mata e produz, nessa faina enfadonha;
E, o fascinante olhar a arder como uma joia,
Morre na própria teia, onde trabalha e sonha.

Extraído de DA COSTA E SILVA. ANTHOLOGIA.  Rio de Janeiro: Civilisação Brasileira S?A, 1934.  p. 137-138



SAUDADE

¡Saudade! En el hogar, mi madre orando,
Y el llanto lento discurriendo pío ...
¡Saudade! Amor de mi rincón ... El río
Cantigas de aguas claras sollozando.

Noches de junio ... El caburé con frío,
Bajo la luna, en la arboleda, piando ...
Y hojas, al viento, lívidas cantando
La saudade inmortal de un sol de estío.

¡Oh, ala de dolor del Pensamiento!
¡Saudade! Cañas murmurando al viento ...
Las mortajas de nieblas en la sierra ...

¡Saudade! El Parnaiba -monje anciano
De largas barbas blancas ... Y, lejano,
El mugir de los bueyes de mi tierra ... 

Traducción de Anderson Braga Horta y José Jerónimo Rivera
 Poema extraído da obra POETAS PORTUGUESES Y BRASILEÑOS
DE LOS SIMBOLISTAS A LOS MODERNISTAS. Edición Bilingüe. Buenos Aires: Ititu



SAUDADE

Saudade! Olhar de minha mãe rezando,
E o pranto lento deslizando em fio ...
Saudade! Amor da minha terra ... O rio
Cantigas de águas claras soluçando.

Noites de junho ... O caburé com frio,
Ao luar, sobre o arvoredo, piando, piando ...
E, ao vento, as folhas lívidas cantando
A saudade imortal de um sol de estio.

Saudade! Asa de dor do Pensamento!
Gemidos vãos de canaviais ao vento...    
As mortalhas de névoa sobre a serra...
                  
Saudade! O Parnaíba - velho monge
As barbas brancas alongando ... E, ao longe,
O mugido dos bois da minha terra ...

(Sangue, 1908)  



Antonio Francisco da Costa e Silva

O maior poeta telúrico do Piauí, nasceu na cidade de Amarante

Antonio Francisco da Costa e Silva, o maior poeta telúrico do Piauí, nasceu na cidade de Amarante, em 23 de novembro de 1885. Estudou o primário em sua terra e partiu para o Recife, aproximadamente aos 18 anos de idade, onde cursou Direito. Ingressou no Ministério da Fazenda, após concurso, e passou a ser servidor do Tesouro Nacional. Nesse cargo, percorreu São Luís, Manaus, Porto Alegre e São Paulo.

A poesia de Da Costa e Silva assenta-se em duas escolas: Simbolista, interpretada nos poemas de Sangue; e Parnasiana, que determinou a fixação de seus poemas. Apreciado poeta do seu tempo, Da Costa e Silva é a maior força da poesia telúrica do Piauí. Sobre ele assim se expressa Silveira Bueno: "Se o primeiro livro (Sangue, 1908) ainda oferecia alguma influência simbolista, já no segundo (Zodíaco) se firmava como verdadeiro parnasianismo, com reflexos de Verhaeren. Foi a melhor obra de toda a sua produção." Para Wagner Ribeiro "a poesia de Da Costa e Silva traz luminosa exaltação e um inebriamento comunicativo". Mário Rodrigues chega a compará-lo em grandeza com Edgar Allan Poe, Cruz e Sousa e Álvares de Azevedo. Arimathéa Tito Filho define-o como "alta afirmação da poesia simbolista nacional".

As raízes de Da Costa e Silva estão plantadas em sua própria terra. Ela é um exemplo e um motivo. Diante dele não estamos apenas diante de um grande poeta, mas diante de um dos maiores valores da poesia universal. Recolheu-se ao silêncio, demente, em 1933, nunca perdendo a identidade e suas raízes. Sempre foi um artista completo, desde santeiro aos amigos da família, em Amarante, a poeta e desenhista, mostrando a vida para seu filho Alberto. Faleceu em 29 de junho de 1950.

Os versos do poeta seguem rigidamente as normas ditadas pelas escolas literárias que busca seguir. Mesmo assim, não deixam de ter um cunho intimista e profundamente calcado nos sentimentos e pensamentos do autor. Da Costa e Silva não era um poeta meramente seguidor de normas, mas um ser humano sensível e ligado a todas as recordações de sua vida, seu passado, seus amores, sua família e sua terra natal.

OBRAS: Sangue (1908); Elegia dos Olhos; Poema da Natureza; Clepsidra; Zodáco (1917); Verhaeren (1917); Pandora (1919); Verônica (1927); Antologia (coleção de poemas publicada em vida - 1934). Postumamente seu filho Alberto da Costa e Silva organizou uma coletânia de versos publicados em Sangue, Zodíaco, Verhaeren, Pandora, Verônica e Alambra - este último ainda inacabado. A edição saiu em 1950 com o título de Poesias Completas.





De Da Costa e Silva
SANGUE [Recife]:  
Livraria Franceza, 1908.  82 p.  autografado,  edição limitada


IN TENEBRIS

Cego, tacteio em vão, num caminho indeciso...
Que é feito desse amor que tanto me entristece,
Que nasceu de um olhar, germinou num sorriso,
Que viveu num segredo e morreu numa prece?!

É um mysterio talvez; desvendal-o preciso.
A alma sincera e justa—odeia, não esquece...
Si essa a quem tanto quiz hoje me não conhece,
Morra a ventura vã que debalde idéaliso.

Ai! desse amor nasceu a dor que me subjuga:
A dor me fez verter a lagrima primeira,
E a lagrima, a brilhar, cava a primeira ruga...

Atra desillusão crava-me a garra adunca.
Cego de amor, em vão tacteio a vida inteira,
Buscando o amor feliz e esse amor não vem nunca.

   
ANATHEMA

Persigam-te as prisões fortes do meu ciúme
—Invisíveis grilhões de desejo e de zelo:
Prendam-te as mãos, os pés, as ondas do cabello,
O olhar, o hálito, a voz e o que em ti se resume.

Vibre o som desse andar, vague o doce perfume
Dessa carne pagã, causa do meu desvelo,
Mando que te acompanhe o eterno pesadelo
Deste amor que ainda mais temo em dor se avolume.

Ronda-te o meu olhar, como o olhar de um morcego
Varando o brumo véo de uma noite de crime,
Prescrutando, a seguir-te —onde chegas eu chego.

Foges? Em vão fugir —o ciúme priva a fuga...
E esse amor que te busca e te cerca e te opprime,
É o mesmo que me afflige, acobarda e subjuga


A MOENDA

Na remansosa paz da rústica fazenda,
À luz quente do sol e à fria luz do luar,
Vive, como a expiar uma culpa tremenda,
O engenho de madeira a gemer e a chorar,

Ringe e range, rouquenha, a rígida moenda;
E ringindo e rangendo, a cana a triturar
parece que tem alma, adivinha e desvenda
A ruina, a dor, o mal que vai, talvez, causar...

Movida pelos bois tardos e sonolentos
Geme, como a exprimir, em doridos lamentos,
Que as desgraças por vir, sabe-as todas de cor.

Ai! Dos teus tristes ais! Ai! Moenda arrependida!
— Álcool! para esquecer os tormentos da vida
E cavar, sabe Deus, um tormento maior!

          (De Zodíaco, 1917)


EU SOU TAL QUAL O PARNAÍBA: EXISTE...

Eu sou tal qual o Parnaíba: existe
Dentro em meu ser uma tristeza inata,
Igual, talvez, à que no rio assiste
Ao refletir as árvores, na mata...

O seu destino em retratar consiste;
Porém o ri todo que retrata,
Alegre que era, vai tornando triste
No fluído espelho móvel de ouro e prata...

Parece até que o rio tem saudade
Como eu, que também sou dessa maneira,
Saudoso e triste em plena mocidade.
Dá-se em mim o fenômeno sombrio
Da refração das árvores da beira
Na superfície trêmula do rio...

          (De Pândora, 1919)



NEL MEZZO DEL CAMIN...

Passou de leve a Esperança
Pelo meu coração...
Encantou-me no azul do meu sonho de criança:
Ardeu como uma estrela...  E era um pobre balão!

Passou de leve a Alegria
Pelo meu coração...
O Amor, dentro em meu ser, como um jardim, floria...
Como é triste, meu Deus, esta recordação!

Passou de leve a Ventura
Pelo meu coração...

Como foi que passou, se a busco com loucura,
Sentindo-me infeliz por deseja-la em vão?

          (De Verônica, 1927)



VOU AGORA SONHAR...

A minha vida, sempre inquieta como o mar,
É de renúncia, sacrifício, desencanto:
Enquanto vão e vêm as ondas do meu pranto,
Estende-se o horizonte, além do meu olhar...

Na imensidade azul fico a cismar, enquanto,
A refletir o céu, vai-se acalmando o mar...
Acalma-se também minha dor, por encanto:
— Já cansei de sofrer! Vou agora sonhar...

to Camões; Brasília: Thesaurus, 2002. 272 p.
(Patrocinada pela Embaixada de Portugal na Argentina). 





DA COSTA E SILVA. Poesía Visual.




Extraído de DIMENSÃO – Revista Internacional de Poesia 
 Uberaba/Brasil – Ano XVII – N. 26 – 1997 – Número Especial III
Direção de GUIDO BILHARINHO seleção de PAULO BRUSCKY – VANGUARDA NORDESTE BRASILEIRO









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