jueves, 10 de octubre de 2013

LILIAN AQUINO [10.677]

Lilian Aquino

LILIAN AQUINO    

Lilian Aquino, São Paulo, BRASIL   1979. Licenciada en Letras por la Universidad de São Paulo, ha publicado poemas en las  revistas Inimigo Rumor, Mininas e Metamorforse  y en O Casulo – Jornal de Literatura Contemporânea.  







Ventanilla 11

Espero
como si fuese un embarazo
planes y náuseas
y me distraigo
a veces
cuando miro el panel electrónico
porque estamos uno detrás de otro

La fila
es una lluvia casi
gota a gota que escurre
y moja todo el tiempo
y no se nota
mientras se espera

Aguardo con esmero
– guardo la sonrisa
en mi bolsillo.






Promesa

Miro
para arriba queriendo saber
si estás durmiendo
y te velo para entender
el por qué de esa respiración
tan larga

Escalo tus paredes
intentando alcanzarte
te voy a rozar
en medio de la noche
y si sonríes
será un retrato más
en mi altar

Pero un día
no veré tu rosario
colgando en la cabecera
– rezas en otro lugar

Miro
la parafina goteando
siete días

[Traducció de Joan Navarro]






Guichê 11

Espero
como se fosse gravidez
planos e enjôos
e me distraio
às vezes
ao mirar o painel eletrônico
porque estamos um atrás do outro

A fila
é uma chuva quase
gota e gota que escorre
e molha o tempo todo
e não se enxerga
enquanto espera

Aguardo com esmero
– guardo o sorriso
em meu bolso.






Promessa

Olho
pra cima querendo saber
se você está dormindo
e te velo pra entender
por que essa respiração
tão longa

Escalo suas paredes
tentando te alcançar
vou te cutucar
no meio da noite
e se você sorrir
será mais um retrato
no meu altar

Mas um dia
não verei seu terço
pendurado na cabeceira
– você reza em outro lugar

Olho
a parafina escorrendo
sete dias


Lilian Aquino, São Paulo, 1979. Graduada em letras pela Universidade de São Paulo, tem poemas publicados nas revistas Inimigo Rumor, Mininas e Metamorforse e no jornal de poesia O Casulo.  







Finestreta 11

Espere
com si fos un embaràs
plans i ois
i em distrec
de vegades
en mirar el tauler electrònic
perquè som un darrere de l’altre

La fila
és una pluja quasi
gota a gota que degoteja
i mulla tot el temps
i no es nota
mentre s’espera

Faig cua amb esment
– guarde el somriure
a la meua butxaca.






Promesa

Mire
cap a dalt tot volent saber
si estàs dormint
i et vetlle per a entendre
el perquè d’aquesta respiració
tan llarga

Escale les teues parets
intentant atrapar-te
vaig a fregar-te
al bell mig de la nit
i si somrius
serà un retrat més
al meu altar

Però un dia
no veuré el teu rosari
penjant en la capçalera
– reses en un altre indret

Mire
la parafina que degota
set dies


Lilian Aquino, São Paulo, 1979. Llicenciada en Lletres per la Universitat de São Paulo, ha publicat poemes en les  revistes Inimigo Rumor, Mininas y Metamorforse  i en O Casulo – Jornal de Literatura Contemporânea.  

[Traducció de Joan Navarro]




Pequenos afazeres domésticos.  São Paulo: Editora Patuá, 2011.  112 p. 15,5 x 23 cm. ISBN 978-85-64308-04-6  Tiragem: 150 exs.  Editores: Aline Rocha e Eduardo Lacerda. Projeto gráfico, capa e ilustrações: Leonardo Mathias – flickr.com/leonardomathias.  Col. A.M. (EA)



Efêmero

Ter tempo pra dourar
um assado no forno
que vai depois pra mesa
e acaba.
Nas cidades é quase sempre
assim, viver em estado
transitório
com tempo de durar
uma discussão de trânsito.
À noite notar
um reflexo na água
de um carro passando
bem devagar.
É um esforço querer
despetalar a memória
e deixar secando dentro
de um caderno
: por todo o tempo.






Urbanismo

Lá onde morava
não tinha margem
nem esquinas:
era inteiro.

E se à noite pensava
via estradas, cruzamentos
canteiros
e flutuava sobre
a cidade aberta
traçando com giz
(um a um) seus limites

delineava
zonas de silêncio.







Cena de mesa

Senta na cadeira
à sua frente.
Tamborila os dedos
no tampo da mesa.

(ela suga pelo canudinho
o líquido vermelho
fazendo barulho.
e cruza as pernas)

Diz então
súbito
olhando fixo nos olhos dela

foi sem querer
eu te amei do avesso
prometo que da próxima vez
te visto
do lado certo.






Audiência

A luz da tevê
ia mudando a cor
do rosto dela,
encostada ali no batente
da porta
enquanto dizia
é sério eu te amo
e as vozes se arranhavam
pendurando sorrisos
na antena da pirâmide
de plástico.

Era um programa popular
de auditório
mas eu posso passar
sem você
que de tão bestial
seduzia, sendo impossível
desgrudar os olhos
da tela.





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