martes, 8 de septiembre de 2015

CARLOS QUEIRÓS [17.009] Poetas de Portugal


CARLOS QUEIRÓS

José Carlos de Queirós Nunes Ribeiro, o, Carlos Queirós, (Lisboa, Santos-o-Velho, 5 de abril de 1907 - París, 27 de octubre / 28 de octubre de 1949) fue un poeta portugués.

Hijo natural de Joaquina de Queirós, hija natural de María de Jesús de Almeida Queiroz, de Lagos, Odiáxere, hija natural Gertrudes de Almeida dos Reis Calado. Su madre era hermana de Gertrude de Queirós, de Ophelia Queiroz (que tenía un romance con Fernando Pessoa), y Francisco de Paula de Queirós.

Poeta Portugués del modernismo, identificado como uno de los grandes de la revista Presencia.

Jugó un papel importante en la vinculación de la primera generación de la revista modernismo portugués Orfeo y la segunda modernidad de Presencia. Es Carlos Queirós, que para el 1927, establece el vínculo entre Fernando Pessoa y el diario Coimbra Presencia, dirigida por Gaspar Simões, José Regal y Branquinho da Fonseca, la persona que publicó varios textos. Fue en el número 5 de la Presencia (1927), Carlos Queirós, junto con Fernando Pessoa y Almada Negreiros, comenzó su participación en esta revista.


Portada de la revista Presencia.


Obras 

Desaparecido (1935)
Breve Tratado de Não Versificação (1948)

Póstumo

Desaparecido – Breve Tratado de Não Versificação (1984, Ática, Compilação)
Epístola aos Vindouros e Outros Poemas (1989, Ática, poemas dispersos)





Anti Soneto

Para Mário Saa


Nuestro drama de portugueses,
nuestro mayor drama entre los mayores
de los dramas portugueses
es este apego hereditario a la forma:
Al modo de decir, en los puntos en las ii,
las vírgulas exactas, las redondillas perfectas,
la estilística, la estética, la bombástica,
la llave de oro del soneto vacío
que pone flaqueza de esclavitud
dentro de lo que pensamos
de lo que sentimos
de lo que escribimos
de lo que hacemos
de lo que mentimos.

versión del poeta mexicano Mijail Lamas.
http://circulodepoesia.com/2015/09/poesia-portuguesa-del-siglo-xx-carlos-queiros-1907-1949/


Anti-Soneto

Ao Mário Saa


O nosso drama de portugueses,
O nosso maior drama entre os maiores
Dos dramas portugueses,
É este apego hereditário à Forma:
Ao modo de dizer, aos pontinhos nos ii,
Às vírgulas certas, às quadras perfeitas,
À estilística, à estética, à bombástica,
À chave de ouro do soneto vazio
– Que põe molezas de escravatura
Por dentro do que pensamos
Do que sentimos
Do que escrevemos
Do que fazemos
Do que mentimos.

Carlos Queirós, de Cadernos de Poesia



Apelo à Poesia

Por que vieste? — Não chamei por ti!
Era tão natural o que eu pensava,
(Nem triste, nem alegre, de maneira
Que pudesse sentir a tua falta... )
E tu vieste,
Como se fosses necessária!

Poesia! nunca mais venhas assim:
Pé ante pé, covardemente oculta
Nas idéias mais simples,
Nos mais ingênuos sentimentos:
Um sorriso, um olhar, uma lembrança...
— Não sejas como o Amor!

É verdade que vens, como se fosses
Uma parte de mim que vive longe,
Presa ao meu coração
Por um elo invisível;
Mas não regresses mais sem que eu te chame,
— Não sejas como a Saudade!

De súbito, arrebatas-me, através
De zonas espectrais, de ignotos climas;
E, quando desço à vida, já não sei
Onde era o meu lugar...
Poesia! nunca mais venhas assim,
— Não sejas como a Loucura!

Embora a dor me fira, de tal modo
Que só as tuas mãos saibam curar-me,
Ou ninguém, se não tu, possa entender
O meu contentamento,
Não venhas nunca mais sem que eu te chame,
— Não sejas como a Morte!




Teatro da Boneca

A menina tinha os cabelos louros.
A boneca também.
A menina tinha os olhos castanhos.
Os da boneca eram azuis.
A menina gostava loucamente da boneca
A boneca ninguém sabe se gostava da menina.
Mas a menina morreu.
A boneca ficou.
Agora já ninguém sabe se a menina gosta da boneca.

E a boneca não cabe em nenhuma gaveta.
A boneca abre as tampas de todas as malas.
A boneca é maior que a presença de todas as coisas.
A boneca está em toda a parte.
A boneca enche a casa toda.

É preciso esconder a boneca.
É preciso que a boneca desapareça para sempre.
É preciso matar, é preciso enterrar a boneca.
A boneca.

A boneca.




Desaparecido

Sempre que leio nos jornais:
"De casa de seus pais desapareceu. . . "
Embora sejam outros os sinais,
Suponho sempre que sou eu.

Eu, verdadeiramente jovem,
Que por caminhos meus e naturais,
Do meu veleiro, que ora os outros movem,
Pudesse ser o próprio arrais.

Eu, que tentasse errado norte;
Vencido, embora, por contrário vento,
Mas desprezasse, consciente e forte,
O porto de arrependimento.

Eu, que pudesse, enfim, ser meu
— Livre o instinto, em vez de coagido,
"De casa de seus pais desapareceu..."
Eu, o feliz desaparecido



Província

Se eu tivesse nascido
No seio da província, era fatal
Que o meu sonho maior, o mais sentido
Seria triunfar na capital.
E depois de tê-lo conseguido,
Voltar à terra natal
E ser pelos conterrâneos recebido
Com palmas e foguetes,
Fanfarras, vivas e banquetes
Na Câmara Municipal.




Varina

Ó Varina, passa,
Passa tu primeiro...
Que és a flor da raça,
A mais séria graça
Do pais inteiro!

Teu orgulho seja
Sonora fanfarra,
Zimbório de igreja!
Que logo te veja
Quem entra na barra.

Lisboa, esquecida
Que é porto de mar,
Fica esclarecida
E reconhecida
Se te vê passar.

Dá-lhe a tua graça
Clássica e sadia,
Ó Varina, passa...
Na noite da raça
Teu pregão faz dia!

Vê que toda a gente
Ao ver-te, sorri.
Não sabe o que sente,
Mas fica contente
De olhar para ti.

E sobre o que pensa
Quem te vê passar,
Eterna, suspensa,
Acena a imensa
Presença do Mar!









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