domingo, 26 de octubre de 2014

YVETTE KACE CENTENO [13.850]



Yvette Kace Centeno 

Yvette Kace Centeno nació en Lisboa en 1940, donde estudió Filología germánica y posteriormente, además de trabajar como profesora, completó su formación sobre la cultura y literatura alemanas. De 1968 a 1972, con una beca de la Fundación Calouste Gulbenkian preparó su tesis doctoral en el extranjero. 

En 1974, ingresó en la Universidad Nueva de Lisboa y dio un curso para postgraduados sobre el Modernismo en Portugal y Brasil. 

En los cursos 76-77 y 77-78 dirigió un seminario sobre "La filosofía hermética en la obra de Fernando Pessoa". En 1980, en concurso de méritos y por unanimidad, pasó a ser profesora titular de la Universidad Nueva de Lisboa. Es miembro fundador de la Sociedad Portuguesa de Ciencias Humanas y Sociales. 

Es una de las más grandes escritoras vivas de su país junto a Lidia Jorge y Agustina Bessa-Luís y se considera la principal intelectual de Portugal. Es investigadora de la vida y obra de Fernando Pessoa. 

Yvette Centeno es la hija de un portugués y una mujer polaca. 

Obras

Poesía

Opus I, Poesía., 1961
O Barco na cidade, Poesía., 1965
Sinaí, Poesía., 1977

Dramas (obras de teatro)

Teatro Aberto, Drama., 1974
Saudades do Paraiso, Drama., 1980
Sera Deus o El Dr. Freud?, Drama., 1995

Ensayo Letra

Fernando Pessoa: Tempo, Solidao, hermetismo, 1978.
Una viagem de " Os Lusiades "-. e simbolo Mito, 1981
Fernando Pessoa:. O Amor, un morte, un iniciacao de 1984

Las traducciones a alemán

En el jardín de árboles de frutos secos, novela, 2004, Erata-Verlag.
Comenzando, romano, 2006 Erata-Verlag.
Cerca de la tierra, Poemas, 2006, Erata-Verlag.
Fernando Pessoa: Judios y la masonería (editor), 2006, Erata-Verlag.

Premios 

Cruz Federal al Mérito primera clase de la República Federal de Alemania ., 1994
Prémio Jacinto do Prado Coelho., 1984



El nombre

Di.
Di el nombre.
Escoge
las sílabas.

Indica
las letras
con tu marca
de fuego.

Las cenizas
en breve apagarán
esa rara
existencia.

Traducido del portugués por Myriam Rozenberg




O Monte

Anoitecer suave
no topo das colinas
calam-se os pássaros
as lebres e os coelhos
aninham-se nas tocas
sai um morcego
a mordiscar romãs
os gatos sorrateiros
saltam entre os telhados
em busca de algum ninho
ou de algum rato
luar de Agosto
lá em baixo na estrada
conversam os namorados



Monte*

Evening falls softly
on top of the hills
birds are quiet
hares and rabbits
lie in their burrows
a bat hangs
from a pomegranate
crafty cats
jump over roofs
looking for nests
or careless mice
moonlight in August
down by the road
lovers talk

© Translated by Ana Hudson, 2010
* word for farm in the southern Portugal region of Alentejo 
in Outonais (poemas 2005-2010) , unpublished 



o rei

I

conta-me

conta-me entre as amêndoas

entre as mulheres
que é preciso
depor
aos pés
do rei

conta-me
torna-me
amarga

faz-me saber
mais
do que sei





A  MEMÓRIA  É  UM  NOVELO

Novelo

de pequenas
artérias
rebentadas

por ali
escorre
a memória

a pulsação
que dói

quem não recorda
não vive

não desenrola
o fio
que redime





TAVIRA  I

Não brincam no jardim
as infâncias perdidas

O lago já secou
nas grades do coreto
enforcaram-se os músicos

E a palmeira
sem tâmaras
marca só o lugar
do tempo que passou.




DEFINIÇÕES


A vida

Diria melhor o tempo?
Mas não
não era o tempo
era a vida
um somatório de tempos
e de espaços

a vida estava agora
de tal modo concentrada
que pouco lhe sobrava
ou mesmo nada


Noticia Bibliográfica: Os poemas foram retirados do livro Entre Silêncios, publicado em 1997 por Pedra Formosa, Edições.

poesia do mundo
organiz. maria irene ramalho de sousa santos
edições afrontamento
1995




restaurante

Leva-me outra vez para a mesma mesa
onde fico de costas para a janela
onde o tempo me esquece
onde nada me toca
o teu gesto protege
o teu corpo separa
a água que me dás
interrompe a memória

Só à porta da rua
o tempo reaparece.

a oriente
edit. presença
1998





a árvore

Chegaste
com a tua tesoura de jardineiro
e começaste a cortar:
umas folhas aqui e ali
uns ramos
que não doeram...
Eu estava desprevenida
quando arrancaste a raiz.

a oriente
edit. presença
1998



Nas ruas de Lisboa

Veio avisar
Veio com rosto
de sombra:
morrerá um poeta
nas ruas de Lisboa.

Chove muito,
a chuva lavará
o seu cadáver.

Alguém dirá
o seu nome
alguém lhe fechará
os olhos
que ele desejava
abertos
sobre o mar

Canções do Rio Profundo
Porto, Edições ASA, 2002







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